Um dos principais objetivos dos aprendentes de uma língua não-nativa é serem capazes de iniciar uma interação oral com outros falantes, nativos e não-nativos. O conhecimento acerca de como desenvolvemos a capacidade para comunicar numa língua estrangeira tem tido, recentemente, avanços consideráveis, mas há ainda muitos fatores por explorar.

Sabe-se que, em geral, quanto melhor percebemos sons não-nativos, melhor conseguiremos produzi-los. No entanto, desconhece-se se o treino percetivo é suficiente para melhorar a pronúncia ou se treinar a produção também ajuda a melhorar a nossa capacidade de comunicar na língua não-nativa.

Desconhece-se, também, se este fenómeno acontece em tod@s @s falantes (por exemplo, se desempenhos baixos em tarefas de perceção de fala se correlacionam com baixas capacidades cognitivas individuais), ou se algumas pessoas que têm mais aptidão para aprender sons não-nativos do que outras.

Estas questões são bastante surpreendentes, se considermos a importância que uma oralidade inteligível tem nas sociedades multilingues atuais.

O projeto ProPerL2 investiga o impacto do treino de perceção auditiva e o treino de produção na aprendizagem de uma L2, com foco em falantes de inglês L1 a aprender português. O estudo procura saber se o treino de perceção por si só é suficiente para melhorar as capacidades de produção ou se ao treino de produção também é importante, e explora o papel de fatores cognitivos individuais na aprendizagem da fala em português L2.

O projeto pretende ainda lançar alicerces para novos avanços metodológicos na investigação sobre aprendizagem de fala em L2, usando uma amostra alargada de falantes, em estudos totalmente executados a distância.

A compreensão desses aspetos pode ter implicações significativas para a aprendizagem de línguas e comunicação em contextos linguísticos diversos.